domingo, 30 de janeiro de 2011

Afinidades


Quais as chances de alguns amores darem certo?
Vamos imaginar algumas situações, apenas...
Ele alpinista, ela consultora de moda.
Ela ativista ambiental, ele dono de indústria de produtos químicos.
Ele chef de cozinha, ela anoréxica.
Ela agnóstica, ele protestante fanático.
Ele anarquista, ela simpatizante de regimes totalitários.
Ela pianista clássica, ele vocalista de grupo de pagode.
O exagero das comparações - até um pouco clichês - é uma forma de enfatizar que o amor raramente sobrevive sem o respaldo das afinidades. No entanto não podemos nos apegar em falsas afinidades, também..
O fato de gostarmos do mesmo prato e estilo musical, ou das mesmas atividades físicas que o nosso par, não é garantia de sucesso e durabilidade da relação.
Estes valores isolados são superficiais. É preciso mais que isso, eles devem ser mais abrangentes e profundos como ter o mesmo nível de espiritualidade - que independe de religiosidade - e os mesmos valores morais, além do respeito à natureza do outro e todas aquelas coisas básicas que sabemos. Porém, penso que devemos ter principalmente afinidades de cunho prático.
A forma como agimos no dia a dia, nossas metas a curto e médio prazo devem prevalecer.
Ou seja, a vida e o comportamento devem ser parecidos nas coisas mais simples como horários, planos para o final de semana, relações familiares, maneira de gastar o dinheiro, ritmo e frequência sexual, modo de educar os filhos, entre outras coisas.
Sabemos o quanto isso é difícil!
Os opostos podem até se atrair, mas não conseguem manter um relacionamento depois que a paixão não passa mais por altas temperaturas.
No entando, existem as concessões que fazemos para que o relacionamento se torne viável, mesmo quando as afinidades não superam o amor.
O amor realmente tudo pode, mas é preciso estar aberto às mudanças de atitude da mesma forma que nos abrimos ao sentimento.
Amar egoisticamente é igual a comandar sozinho ou ser escravizado.
Nos relacionamentos entre pessoas sem afinidades é natural que um queira impor suas próprias vontades e necessidades em detrimento das vontades e necessidades do outro e esta é a única forma de fazer com que a relação sobreviva.
Resta-nos apenas escolher qual posição tomaremos, caso tenhamos uma união assim.