terça-feira, 8 de março de 2011

"É meu, eu vi primeiro e ninguém tasca!"

Inspirada por pessoas amigas e queridas que me contam - vez ou outra - alguns de seus dilemas, fiquei pensando sobre um dos sentimentos de posse tão comum e decidi "elucubrar" sobre ele... Ciúme!

Vamos no entanto, desconsiderar os casos de possessivos por interesses egoístas, de todos os que sofrem de alguma psicopatia em seus vários níveis, os que são apenas acomodados e avessos a mudanças e os inseguros que sentem-se "incapazes" de manter uma conquista, de se fazerem amar e por isso tornam-se possessivos, necessitando de provas constantes de amor e atenção.

Isso é difícil de administrar - e de aguentar!

Pensando nas demais pessoas...

Sempre ouvi dizer que o ciúme não é sinônimo de Amor.
Eu, particularmente, não concordo!

Quem não ama não sente ciúme - não sente nada, aliás.
Contudo, não estou aqui para fazer apologia a um sentimento que muitos - e até eu mesma - percebem como negativo e muito desconfortável, tanto para a "vítima" como para o "algoz".

Acho válido porém, pensar em um ou outro motivo pelo qual este sentimento nos acometa.

Conheço pessoas lindas, cultas, com futuro promissor e que ficam inseguras - se podemos chamar assim! - cada vez que estão muito apaixonadas... E também vivem no limite entre a realidade e a fantasia nesta fase.

Todos têm formas diferentes de expressar o amor, e, alguns podem expressá-lo sendo possessivos ou supervalorizando o outro em detrimento de si mesmos. Creio que esta supervalorização do outro também seja um sinal de "doação".

Você deve estar dizendo: Não! É sinal de baixa autoestima!

Eu não concordo, mais uma vez!

Alguém que valoriza uma pessoa ao ponto de temer terrivelmente a sua perda, está se doando e espera a mesma "devoção" de volta. Portanto, se ele - ou ela - espera o mesmo sentimento em troca, é porque se considera merecedor ou merecedora dele. Logo, sua autoestima está em ordem!
No entanto, neste momento a fantasia entra e elas acreditam que estão se doando em vão e começam todas aquelas suspeitas e crises já conhecidas.

Creio que o ciúme, seja uma questão de maturidade - independente da idade! Existem pessoas que nunca conseguem abandonar este sentimento - ou vício e de repente estes exagerem um pouco quando atribuem o ciúme ao amor.

Quando entendemos as necessidades de quem amamos e quando ele - ou ela - nos sinaliza tais necessidades com clareza, é possível relaxar e encontrar o equilíbrio entre o amor-próprio e o amor pelo outro. A medida que vamos descobrindo o que esperar do relacionamento, conseguimos impor limites para nós e para a outra pessoa, sem dramas, sem neuras.

Enfim, relacionamentos continuam sendo complexos, mas deliciosos - com ou sem ciúme.

Mas... No fundo, no fundo, todo mundo gosta de ver o outro sentindo "ciuminho"!